O homem mais rico do mundo está em campanha aberta para fortalecer a extrema direita no mundo. Ao mesmo tempo em que aumentava sua influência sobre o governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, Elon Musk usava a sua rede social, o X, para declarar apoio a radicais e comprar suas brigas numa lista crescente de países, que inclui o Brasil.
"Elon Musk é um perpetrador da influência da direita nos Estados Unidos e no mundo atualmente. Faz parte de uma rede mais ampla, que tem atuado para minar democracias e levar extremistas ao poder", afirma Jonathan Katz, diretor do Projeto Anticorrupção, Democracia e Segurança e editor do Democracy Playbook do Brookings Institution, think tank com sede em Washington.
No Reino Unido, alvo frequente do bilionário, o efeito Elon Musk pode ser ainda pior para o Reform UK. O partido anti-imigração começou o ano animado, com a esperança de receber 100 milhões de libras do magnata. Mas agora está rachado e a doação parece cada vez mais improvável.
As coisas começaram a desandar com as desavenças entre e Nigel Farage, o líder do Reform UK, e Elon Musk sobre a prisão do extremista de direita Tommy Robinson, que cumpre pena de 18 meses de prisão por desacato à Justiça. Musk pressionou para que ele fosse solto e se irritou porque Farage não endossou o apelo.
"Minha opinião continua sendo que Tommy Robinson não é a pessoa certa para o Reform e eu nunca abro mão dos meus princípios", disse Farage sobre o extremista de direita que admitiu em tribunal ter violado uma liminar da Justiça após perder um caso por difamação contra um refugiado siírio.
O bilionário então sugeriu que o criador do partido fosse descartado. "O Reform UK precisa de um novo líder. Farege não tem o que é preciso", escreveu no X, insinuando que esse novo líder poderia ser o deputado Rupert Lowe.
A declaração é apontada como gatilho para a disputa fraticida que levou à suspensão de Lowe do partido. A crise ameaça ofuscar o avanço do Reform UK, que chegou a aparecer na frente dos Trabalhistas e dos Conservadores em pesquisas para a próxima eleição.
Já na Itália, Elon Musk saiu em defesa de Giorgia Meloni quando os tribunais bloquearam seu planos de deter imigrantes na Albânia. "Esses juízes têm que ir embora", disse menos de 24 horas após ser nomeado pelo presidente Donald Trump para o Departamento de Eficiência Governamental.
De novo, ele saiu em defesa de Giorgia Meloni quando a primeira-ministra italiana pressionou por uma reforma que prevê a separação das carreiras do Judiciário. A proposta é apontada pelos críticos como um risco à autonomia e independência dos magistrados. Mas não para Elon Musk. "Bravo", escreveu no X em resposta a uma publicação sobre o projeto.
"Elon Musk, além de ser um grande apoiador da ideologia Make America Great Again de Donald Trump, ele tem a ambição de se tornar, se não um líder, um porta-voz da extrema direita no mundo", conclui Arben Qirezi.
Fonte: Mundo