Harvard se nega a cumprir mudanças exigidas por Trump e o acusa de interferir em liberdade acadêmica

WASHINGTON - A Universidade de Harvard informou nesta segunda-feira, 14, que rejeitou as mudanças solicitadas pelo governo Trump sobre a política universitária e a relação entre professores e alunos.

Foto de AT Noticias Por AT Noticias
14/04/2025 às 21:23:10 - Atualizado há

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WASHINGTON - A Universidade de Harvard informou nesta segunda-feira, 14, que rejeitou as mudanças solicitadas pelo governo Trump sobre a política universitária e a relação entre professores e alunos. Em um comunicado, a instituição afirmou que o governo Trump tentou impor demandas "sem precedentes" a Harvard em meio a uma revisão de contratos federais que pode fazer a universidade perder uma boa parte de seu orçamento.

Uma carta do governo Trump enviada a universidade na sexta-feira, 11, exigiu que a instituição reduzisse o poder de alunos e professores sobre seus assuntos, denunciasse imediatamente às autoridades federais estudantes estrangeiros que cometessem violações de conduta e contratasse uma equipe externa para garantir que cada departamento acadêmico tenha "diversidade de pontos de vista", entre outras medidas.

"Nenhum governo — independentemente do partido no poder — deve ditar o que as universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir e contratar, e quais áreas de estudo e pesquisa podem seguir", disse Alan Garber, reitor de Harvard, em um comunicado à universidade na segunda-feira.

Os advogados de Harvard disseram, em resposta à carta do governo, que a universidade "não está preparada para concordar com demandas que vão além da autoridade legal deste ou de qualquer governo".

O governo Trump afirmou em março que estava analisando cerca de US$ 256 milhões em contratos federais para Harvard e outros US$ 8,7 bilhões no que descreveu como "compromissos de doações plurianuais".

O anúncio sugeria ainda que Harvard não havia feito o suficiente para conter o antissemitismo no campus. A declaração foi vaga sobre o que a universidade poderia fazer para satisfazer o governo Trump.

Desde que voltou à presidência, Donald Trump tem mirado nas universidade. Seu governo anunciou dezenas de investigações e suspendeu centenas de milhares de dólares em verbas para pesquisa como parte do esforço para eliminar programas de diversidade e combater o que considera ser um "antissemitismo desenfreado" nos campi.

No mês passado, a Universidade de Columbia aceitou as exigências do governo Donald Trump, incluindo a contratação de agentes de segurança com poder de prisão, após o corte de US$ 400 milhões em verbas federais.

Outras universidades já haviam resistido à interferência do governo, mas a resposta de Harvard, que classificou as exigências como ilegais, marcou uma mudança significativa no tom da instituição de ensino mais influente dos EUA.

A universidade enfrentava forte pressão de seus próprios estudantes e professores para reagir com mais firmeza contra a interferência do governo Trump. No mês passado, mais de 800 professores assinaram uma carta pedindo à Harvard que "montasse uma oposição coordenada contra esses ataques antidemocráticos."

As exigências do governo na carta incluíam mudanças drásticas que reestruturariam a universidade e entregariam ao governo um controle sem precedentes sobre suas operações.

Algumas das ações exigidas pelo governo Trump a Harvard foram:

  • Realizar verificações de plágio em todos os professores atuais e futuros.
  • Compartilhar todos os dados de contratação com o governo e submeter-se a auditorias até pelo menos 2028.
  • Fornecer ao governo federal todos os dados de admissões, incluindo informações sobre candidatos aceitos e rejeitados, classificados por raça, origem nacional, média de notas e desempenho em testes padronizados.
  • Encerrar imediatamente qualquer programa relacionado a diversidade, equidade e inclusão.
  • Reformular departamentos acadêmicos que, segundo o governo, têm histórico "gritante" de antissemitismo — incluindo colocar sob auditoria externa as Escolas de Teologia, Educação, Saúde Pública e Medicina, entre outras./COM NYT
Fonte: Mundo
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